Do Brasil para Hungria: a saga dos perrengues (Parte 4)

Essa deveria ser a parte final da saga dos perrengues, mas como eu escrevo demais, vou inserir mais uma depois. Você pode ler as partes anteriores aqui: parte um, parte dois e parte três.

No post passado nós terminamos comigo no voo da Qatar de Guarulhos para Doha. A maior parte dos perrengues aconteceu até aí, mas eu ainda não sabia se minhas malas tinham sido despachadas e nem se eu conseguiria hospedagem. Também não sabia se pegaria ou não quarentena.

Enquanto todo mundo queria se livrar da quarentena, eu meio que estava torcendo pra pegar. Isso porque eu achava que só poderia ficar no dormitório se tivesse de quarentena. Mas vamos por partes.

Em Doha

Primeiro chegamos em Doha, depois de pouco mais de 14h de voo. Quando chegamos lá tivemos que passar pela segurança, isso significa que tive que beber minha água e jogar fora a garrafinha que eu tinha pegado no voo. Todo mundo também teve que tirar os sapatos e foi revistado. Pelo menos não tive que tirar notebook ou líquidos das mochilas, seria mais um trabalhão.

Eu desci do voo com mais três meninas e, dentre elas, só eu tinha comprado o lounge. Seriam 9h no aeroporto de Doha e eu comprei pensando no banho que gostaria de tomar. Além disso, o lounge também oferecia comida à vontade.

Elas foram comigo tentar encontrar o lounge e demos de cara com um urso amarelo gigante. Parece que esse urso é famoso no aeroporto de Doha, porque tinha muita gente tirando foto com ele. Ninguém quis chegar perto pra saber do que se tratava, mas tiramos uma foto dele de qualquer forma, só pra deixar registrado.

O tal do urso do aeroporto de Doha

Depois disso, encontramos o resto das pessoas do voo, ou quase todas elas. E descobri mais duas meninas que iam ficar no lounge também. Nos separamos do resto do grupo e fomos procurar o tal do lounge. Quase não achamos, porque a gente tava procurando pelo nome que aparecia na reserva (Al Maha) e lá as placas mostravam outro nome (acho que era Oryx). Só deu certo porque vi um grupo de três meninas falando português e seguimos elas.

O Lounge da Qatar

Chegamos no lounge e eu encontrei lá a “Júlia de Confins” com o namorado dela. Eles já estavam aproveitando a comida, mas eu tava louca por um banho. E pense num banho bom. O banheiro era maravilhoso e a água tão quentinha que quase não saio de lá. Além disso, tinha toalha, sabonete, shampoo, condicionador, hidratante e ainda escova de dentes e pasta.

Depois daí foram quase 6h comendo (esse era o tempo máximo pra ficar no lounge). Comi o máximo que aguentei e bebi café, mas não tinha espaço no “quiet room” pra dormir (essa é uma salinha separada com umas poltronas que dava pra deitar) e mal tinha poltrona confortável disponível. Acabei ficando a maior parte do tempo na mesa perto das comidas mesmo.

O lounge era assim: do lado da recepção tem uns armários pra você deixar suas coisas. Pra fazer isso, você precisa deixar a sua passagem na recepção. Quando você entra, os banheiros ficam à esquerda e, logo à frente, tem várias poltronas confortáveis. Tem um espaço mais reservado com TV e, do lado esquerdo algumas salas separadas por portas de vidro (sala com computadores, sala de jogos com videogame, quiet room com poltronas pra deitar e sala para fumantes).

Continuando em frente, mais para o final do lounge, temos a parte da comida. Tem outro espaço mais reservado com poltronas e TV e, logo depois, mesas redondas com cadeiras pra sentar e comer. Por todo o lounge tem umas três “estações” com bebidas (refrigerante, suco, água).

No balcão com comida tinha sopa, pães, café, arroz com frango (que estava muito bom por acaso) e outras comidinhas que não lembro mais. Você também poderia pedir bebidas alcoólicas (se tiver mais de 21 anos).

Pela manhã, as comidas foram trocadas pro café da manhã. Tinha muitos croissants, pães, donuts, geléias, iogurte, queijos e frutas. Eu só não comi mais porque realmente não cabia.

Saímos de lá por volta de 6h da manhã e fomos atrás do nosso portão de embarque. Nesse momento o grupo do lounge se dispersou um pouco, mas encontramos o resto da galera já perto do portão. A internet pra aquele lado já não estava tão boa e não consegui avisar meus pais que estava embarcando.

Por acaso, o aeroporto parece um enorme shopping. Tinha muita luz, muitas lojas e até carros lá dentro. Também tinha uns mini carrinhos, que parecia de supermercado. Pegamos eles pra colocar nossas mochilas e bolsas. Eles eram maravilhosos, andavam de lado e até girando. Queria um pra mim.

De Doha para Budapeste

O voo de Doha pra Budapeste também estava com as cadeiras do meio vazias, o que achei ótimo. E a seleção de filmes era a mesma do outro voo, então consegui terminar de ver “Onde Vivem Os Monstros“. Terminei meio que em etapas, porque tirei uns bons cochilos (finalmente).

Teve mais comida nesse voo, mas infelizmente não consegui comer tudo, porque comi demais no lounge. O que foi uma pena, porque veio uma sobremesa tipo danete de chocolate que eu iria adorar, mas fiquei com medo de comer demais e vomitar. Daí não seria nada legal.

Durante o voo eu foquei mais em ver filme e dormir, o que significa que, quando saí do voo, estava quase me mijando. O que foi um problema, porque pegamos uma fila GIGANTESCA pra passar pela imigração.

A Imigração em Budapeste

As mochilas estavam pesando, eu estava morrendo de calor e com muita vontade de fazer xixi. O voo pousou umas 13h e eu tinha um transfer reservado pra me levar pra Pécs às 14h, mas óbvio que ficamos mais de uma hora na imigração, na verdade, acho que só conseguimos sair dali umas 14h40. Pelo menos consegui que me colocassem num outro transfer, que sairia às 16h30.

Era mesmo MUITA gente. Assim que chegamos lá, passamos primeiro por uns oficiais que perguntaram de onde a gente tava vindo. O bom é que quando a gente falava que era do Brasil eles faziam uma cara tipo “eita, vai ficar de quarentena certeza”. Eles deram um papel pra preencher com informações de onde a gente faria a quarentena. Só depois disso é que fomos pra fila mesmo onde teria que mostrar passaporte e saber o nosso destino.

Nessa hora eu já estava com um grupo diferente de pessoas, foi um revezamento danado durante essa viagem toda e ainda assim não conheci todo mundo que tava indo no mesmo voo. Estava eu e mais três pessoas, de novo. Nenhum de nós pegamos quarentena. Mas outras pessoas do mesmo voo pegaram, realmente é algo aleatório. Eu até cogitei pedir pro oficial me deixar de quarentena, mas ainda bem que não fiz isso.

O homem, por acaso, não abriu a boca pra dar um piu. Cheguei lá, entreguei meu passaporte e todos os documentos que tinha (o que incluía PCR, autorização da polícia, seguro viagem, carta da bolsa de estudos, carta da faculdade e outras coisas). Ele olhou pra minha cara, carimbou meu passaporte, me devolveu tudo e fim. Me reuni com os outros três e fomos atrás das malas.

E vou deixar essa parte pra depois, porque já escrevi demais.

Até mais!

Manu



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