Do Brasil para Hungria: a saga dos perrengues (Parte 5)

Certo, essa definitivamente é a parte final da saga dos perrengues. Confere as outras partes: parte um, parte dois, parte três, parte quatro.

Depois de dois dias de viagem, saindo de Fortaleza no dia 18 de agosto, finalmente cheguei em Budapeste no dia 20 de agosto, passei pela imigração e peguei as minhas malas.

No aeroporto de Budapeste

Por um momento, achei que tinham extraviado minha mala menor, mas acabei encontrando ela embalada em um plástico. Meu primeiro pensamento foi que tinham aberto ela, mas nem conferi nada na hora (guarde essa informação pra depois).

Fomos então no banheiro e decidir o que fazer da vida. Duas pessoas tinham que pegar um transfer para Szeged, uma ia ficar em Budapeste e esperar no aeroporto a colega de apartamento chegar e eu tinha que pegar um transfer pra Pécs.

Como chegamos dia 20 de Agosto, dia de um feriado que ainda nem sei direito do que é, tava rolando várias comemorações pela Hungria e, teoricamente, tudo estaria fechado. Uma das meninas queria trocar euro por forint (não vende forint nas casas de câmbio do Brasil), mas o câmbio tava caro. Descobrimos então que podia comprar em euro no supermercado do aeroporto e aí eles davam o troco em forint e o câmbio era melhor.

Quase todo mundo foi logo no SPAR, o supermercado, pra comprar alguma coisa. Eu tava com medo dos preços lá serem mais caros e só comprei uma caixa de leite, basicamente queria só trocar o dinheiro mesmo (eu consegui forint ainda no Brasil com a minha tia, mas estava com notas muito altas).

Nessa hora ainda tinha um grupo de umas 10 pessoas por ali, resolvendo o que fazer da vida. Eu consegui reorganizar um pouco minha mochila e minhas coisas, porque levei uma ecobag dentro da mochila. E aí foi só esperar o transfer dar sinal de vida.

(p.s. você precisa levar sua sacola nos supermercados daqui ou pagar por uma no caixa)

De Budapeste para Pécs

Eu tinha reservado transfer com o Norigo Travel. Fazendo a reserva com antecedência, você paga 11.800 forint e, sem antecedência, você paga 12 mil forint (guarda essa informação pra mais tarde).

Mas, como perdi o meu horário, eles me colocaram pra ir com um transfer da Travel 4 You, com um cara nada simpático e que já chegou insinuando que eu estava atrasada, quando eu cheguei até antes das 16h30 lá. Mas enfim, relevei.

O transfer tinha wifi, o que foi bom, porque descobri que talvez não tivesse wifi no dormitório, o que seria mais um perrengue. Atualizei a família e passei as três horas de viagem tentando descobrir onde eu poderia me hospedar, caso não pudesse ficar mesmo no dormitório.

Assim que cheguei, mais uma surpresa: o cara do transfer queria que eu pagasse os 12 mil forint e não os 11.800 que estava combinado com o Norigo. Mas eu recusei, porque esse não foi o preço combinado. Mandei ele ligar pro Norigo e mostrei o email que dizia quanto eu tinha que pagar. Fica a dica: guardem todos os emails e recibos e tudo.

Paguei os 11.800 e ele que se resolva com o Norigo depois, não é problema meu.

Mas aí tive mais um problema.

Chegando no Dormitório

Assim que desci da van e peguei as malas, descobri que precisaria tirar o plástico da mala menor, porque ele tava por cima das rodinhas. E qual não foi a minha surpresa quando fiz isso: descobri que o plástico não estava lá porque abriram a mala, mas porque quebraram ela.

E aí fica mais uma dica: SEMPRE confiram suas malas ANTES de sair do aeroporto. Vejam se estão inteiras e se não tiraram nada delas. Sempre, sempre faça isso porque é muito mais fácil resolver as coisas estando ainda no aeroporto.

(Eu tive que fazer isso online e teoricamente vai dar tudo certo, mas depois volto pra contar essa história)

Mas enfim, por sorte um menino estava chegando no dormitório na mesma hora que eu e ele foi muito gentil oferecendo carregar minhas malas. Foi muita sorte mesmo, porque tivemos que subir várias escadas pra chegar na recepção.

Enquanto ele subia levando as duas malas de 23kg, meus pensamentos estavam divididos entre: coitada da criatura carregando esse peso todo sozinho e tomara que o resto da mala não se arrebente durante essa subida.

Essa parte deu certo, ainda bem. Nem ele nem as malas se arrebentaram (mais do que já estavam).

Cheguei na recepção, falei que queria me registrar pra quarentena e o rapaz perguntou se eu tinha recebido algo da imigração (eles dão uns formulários e adesivo pra você pregar na porta, com um aviso que está de quarentena). Eu falei que não recebi nada.

Ele então perguntou se eu estava vacinada e se tinha feito PCR, eu disse que sim. Ele basicamente só pegou meu passaporte, nem quis ver mais nada e disse que poderia me dar um quarto aqui no Szántó. Ele viu no sistema que eu tinha sido colocada no Boszorkány e falou que eu teria que ir pra lá depois.

Szántó Kollégium

Enquanto eu estiver aqui, vou ter que pagar pela hospedagem (e eu ainda não tenho certeza de quanto vai ser isso, mas acredito que seja 1.900 forint por dia). A partir de setembro eu não pago mais nada, porque a bolsa vai começar a valer.

Eu caí num dormitório com mais duas meninas. Estou dividindo o quarto com uma da Jordânia e uma chinesa sortuda está sozinha no outro quarto.

Aqui é como um apartamento com dois quartos, duas pessoas por quarto, cozinha e banheiro. Tem algumas outras brasileiras “hospedadas” aqui também nesse momento, inclusive algumas pegaram quarentena.

O dormitório é muito bom, o problema é que não tem microondas e nem ar condicionado e fica extremamente quente, tanto durante o dia quanto durante a noite. E não podemos abrir as janelas porque entra muito inseto esquisito.

Aqui dentro também não tem lixeira, estamos colocando o lixo em um saco plástico e esvaziando na lixeira grande que fica do lado de fora. Também tivemos que comprar detergente e esponja pra lavar as coisas. E quase não descubro como ligar o fogão (tem um negócio de segurança e preciso apertar num interruptor na parede pro bicho funcionar). Mas eles colocaram e vão ficar repondo o sabonete do banheiro e o papel higiênico.

Teoricamente também tem uma pessoa que vem fazer uma limpeza semanal, mas ainda não sei nada sobre isso. E tem máquina de lavar roupa e secar no prédio, mas ainda não fui lá conferir.

Descobri que tem sim wifi aqui, mas como ainda não estou matriculada, tenho que usar uma para convidados que fica me desconectando de tempos em tempos. Fora isso, até que o sinal é bom.

Quem está de quarentena também pode pagar a mais pra receber refeições no quarto, mas não sei muito sobre isso, só que entregam café da manhã, almoço e jantar.

E é basicamente isso. Teoricamente agora os perrengues acabaram, mas nunca se sabe não é mesmo?

Até depois!

Manu



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